sábado, 28 de fevereiro de 2009

O que vem depois? Impacte da crise #1/5

O que vem depois de passar a crise? O que vem depois dos despedimentos? Que reflexos produzirá nas empresas e sociedade, na politica e desporto, este facto?

Um artigo sobre este tema foi publicado no jornal “The Economist”, e possivel ler na sua edição on-line, foi tambem referido por um comentador num canal tv um destes dias.

Neste artigo do “The Economist”, o autor, questiona: “Job-cutting has begun in earnest. But will the axe be wielded wisely?” – que é como quem diz, traduzindo para Portugues corrente: “Os despedimentos começaram rápidamente e a sério. Mas o machado dos cortes, estará a ser manipulado sábiamente?”.

Segundo este artigo, as empresas que despediram, já perceberam que as suas primeiras rondas de despedimentos não foram suficientes para estancar a “sua” crise. O artigo faz tambem referencia ao discurso de tomada de posse de Barack Obama, em que este sugere que “os trabalhadores deverão cortar nas suas horas de trabalho em vez de verem um amigo perder o emprego.” Este apelo do actual presidente dos E.U.A., deverá ser entendido, de acordo com o autor do artigo, como um apelo para ganhar algum tempo juntos das companhias empregadoras, até se ter uma melhor e mais clara visão do rumo da economia, ou em ultimo lugar para as companhias reterem assim os seus talentosos colaboradores, que serão necessarios no futuro aquando da retoma. No meu entender é aqui que reside um dos maiores impactos do rumo que a economia está a tomar: a descapitalizazão dos recursos nas organizações.

Tambem mencionado neste artigo, uma das regras de ouro é que a dispensa de 10% dos piores colaboradores, pode de facto tornar uma empresa mais “magra” sem comprometer o musculo. Porem esta regra é aplicável em reestruturações numa conjuntura economica “normal”, e a verdade é que a maioria das empresas estão a exceder esta cota de “ouro” dos 10% de despedimentos e atiram-se para valores muito superiores aos 15%, 20% e em muitos casos até 50%, globalmente. Esta realidade é obviamente tambem aplicável ao nosso panorama nacional.

Este interessante tema, levou-me a pegar na minha experiencia pessoal e tecer alguns considerandos sobre o impacto desta crise em vários e diversos sectores da nossa sociedade. Assim sendo os proximos “posts” serão dedicados a análises mais ou menos sérias, mas sempre cientificas, desse factor. Hoje, a primeira análise é sobre:

- Impacto da actual crise nas empresas: a descapitalização de recursos que respiram o ADN da actual cultura empresarial, equipas que hoje trabalham em harmonia, a estrutura que levou anos a apurar, a “cumplicidade” entre quadros e pessoal tecnico, irá retardar o ritmo na retoma e consumir mais horas de empenhamento.
Exemplo:- “P” é CFO da empresa X. Ele usa o wc com regularidade entre as 10h e as 11h, pelo que todo o seu staff, sabe que nesse horario é desaconselhavel lá ir, pois o cheiro é insuportável. Nesse horario aproveitam e aplicam-se àrduamente a actualizar os relatorios diários para os entregar às 11h na mesa de “P”. Sempre cumpriram atempadamente com a entrega. Com a reestruturação do staff, 50% da equipa foi reduzida e posteriormente recrutados novos elementos para a retoma. Os novos elementos da equipa perceberam que os “antigos” faziam os relatorios à ultima da hora no proprio dia, pelo que começaram a desleixar-se e a adiar cada vez mais a elaboração dos mesmos. Verificou-se que os “novos” como não tinham os anos de experiencia acumulada e o espirito de equipa formado ao longo do anos, arriscaram ir ao wc entre as 10h e 11h. Errado!, pois com o cheiro nauseabundo das idas ao wc de “P”, ficavam indispostos e invariavelmente não cumpriam com os prazos de entrega dos relatorios. A produtividade do CFO foi colocada em causa e consequentemente a equipa de Administração tambem. – Sugestão: em vez de dispensar 50% da equipa, esta empresa deveria ter dispensado as ida ao WC do CFO, poupando nos serviços de limpeza, papel higiénico, água e ambientador. Pouparia tambem no terrivel impacto negativo que desacelerou a retoma.

ler o artigo do "The Economist" em : http://www.economist.com/business/displaystory.cfm?story_id=13022157

Continua...

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