sexta-feira, 8 de maio de 2009

O que quero ser quando for grande...

Um destes dias numa entrevista para emprego, em que tive o prazer de participar, o meu interlecutor questionou-me sobre "o que é que gostaria de fazer?". Mais tarde tambem me questionou sobre, "que funcao o fazia feliz?". Naquele momento, em sequencia da conversa, respondi a ambas as questões com a maior naturalidade. Qualquer coisa como: "...executar tarefas de responsabilidade em que coloque em prática os conhecimentos adquiridos, e que tenha oportunidade de criar e fazer entrega, preferencialmente balanceando com a minha vida familiar...".

Uma noite destas quando revia em memoria aquelas questões, num exercicio que frequentemente faço, i.e. tentar derivar outras questões a partir destas para me preparar para futuros cenarios, surgiu-me a resposta que gostaria de ter dado.

O que sou ou o que faço hoje, aconteceu mais por acaso do que de uma forma premeditada. Tenho muito orgulho do percurso que já percorri, gosto imenso do que faço/fiz porque sem ser premeditado, foi sempre resultado de opcoes, logo de entrega pessoal. Mas o mais importante, é que sou isto porque tambem não sou o que queria ser quando era criança... pois aqui está a verdadeira questão.

Vamos ao que realmente interessa, ”o que queria eu ser quando era crianca?”

Quando nasci não levei muito tempo a descobrir o que queria ser: Cantor de Opera. Na verdade, abria as goelas e gritava a bons pulmoes que nem um soprano...

Aos 2 anos, sem motivo para dúvidas descobri que queria ser o Bob o Demolidor. Não havia carrinho de brincar, ou construção de Lego do meu irmão mais velho que resistisse às minhas investidas. Mas uns quantos anos de “tapas” bem arreadas pelo irmão mais velho, resolveram essa minha tendencia.

Entre os 6 e os 9 anos, tive a brilhante ideia de querer vir a ser "Nada". Quando alguem da familia, em algum daqueles ajuntamentos familiares tipicos, me perguntava o que eu queria ser, depressa eu respondia, "NADA!"

Mais tarde aos 10 anos, já perto dos 11, queria muito ser Astronauta. Acho que todos os miúdos desta idade naquela época(anos 70) sonhavam com as transmissões das missões Apolo...bem pelo menos eu sonhava. Esta vontade de ser astronauta perdurou até muito tarde, altura em que já aos 13 percebi que não tinha “figados” para os testes de gravidade levados a cabo pela NASA, da pior forma: na feira decidi pedir aos meus pais para me oferecerem uma volta no Carrossel da Selva (lembram-se?). Montado numa girafa lá iniciei a volta de carrocel, porem quando a máquina adquiriu a velocidade máxima estonteante (talvez equivalente a uns 3G’s na liguistica aeronaútica), só me lembro de gritar que nem um louco e ao acabar a volta tinha vomitado o almoço de frango assado e sopa de feijão sobre uma girafa, um leão, 2 cavalos alados, e dois passageiros de uma “tina” giratória!

Ser miúdo de 14 anos no arranque dos anos 80, era o mesmo que dizer que, ou se queria ser jogador de futebol, ou então dado o facto se estar a atravessar uma das mais criativas décadas da música pop/rock, deveria ser Músico. Já que não tinha muito jeito para o futebol, inevitávelmente apaixonei-me pelo fascinio de vir a ser um proeminente músico. E vocalista imaginem! Juntava os miúdos mais novos do meu prédio e formava um grupo rock com guitarras feitas de vassoura, baterias feitas de baldes e o piano/orgão era a máquina de tricotar da vizinha de cima. Escusado será dizer que dadas as minhas caracteristicas vocais, era frequentemente corrido da escada do prédio(local de ensaio) pelas vizinhas (minha mãe incluido).


Aos 16 anos depois de várias incursões pouco sérias no Teatro, e no desporto (basquetebol e raguebi) resolvi que queria ser Radialista e juntei-me ao fenomeno das Radios-Piratas..., de “pirata” só tinha mesmo a rebeldia, pois para falar ao microfone nao tinha lá grande queda...

Mais tarde foi o que se viu, tentativa frustada de ser Arquitecto deu em licenciar-me em Matemáticas, que é como quem diz: “vamos lá ver no que isto dá!”

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